quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Por que o homem moderno tem diminuído sua capacidade de ama

É correto afirmar que as pessoas, em geral, vêm apresentando um crescente medo de se envolverem emocionalmente com outras pessoas, de se abrirem para a possibilidade de amar? É do conhecimento de todos que o amor é um sentimento inerente à vida humana e que não há quem não deseje vivenciá-lo de forma intensa. Em contrapartida, percebe-se que, na atualidade, poucos têm tomado consciência da importância desse sentimento para suas próprias existências. Constata-se também que o mundo contemporâneo pouco tem favorecido o desabrochar da capacidade de amar, porque apresenta uma tendência muito grande em valorizar as coisas materiais, fato este que tem impedido que as pessoas se entreguem ao ser amado e, assim, deixem de vivenciar relacionamentos verdadeiros e enriquecidos de afetividade. Vive-se em uma época de grandes instabilidades individuais e relacionais, o que tem favorecido o estabelecimento de conflitos emocionais, carências e miséria afetiva. Denota-se que, embora o ser humano esteja rodeado por uma multidão de pessoas, nunca a solidão se fez tão presente, haja visto o imenso número de pessoas que vivem isoladas em suas próprias casas ou apartamentos e idosos colocados em “casas de repouso”, ao invés de desfrutarem do convívio familiar. Também é acentuado o número de casamentos de aparência, que se mantêm apenas pela conveniência de permanecerem juntos (especialmente a financeira), como também é crescente o aumento de relações superficiais, especialmente as físicas, em que não se detecta qualquer tipo de envolvimento mais profundo, sem a presença do amor efetivo e verdadeiro. Em função de tudo que foi exposto, a grande maioria das pessoas encontra-se frente a um imenso dilema: o medo de amar e não ser amado ou, pior, temem que em determinado momento esse amor acabe e, assim, acabem por expor toda a fragilidade humana, que lhes é inerente, mas que tanto buscam ocultar. Como conseqüência, passaram a aderir a essa nova e estranha forma de “amar” e que, infelizmente, vem sendo cada vez mais disseminada: o “ficar” que, na verdade,, nada mais é que uma maneira de sabotar a possibilidade de vivenciar um amor pleno e verdadeiro. E é esta a questão que se busca discutir: se somos seres nascidos para o amor, por que, na prática, estamos agindo de forma a destruí-lo e a negar nossa própria essência? Por que o medo de amar vem corrompendo o coração das pessoas, fazendo com que optem pela solidão? Por que, aos primeiros desacertos dos relacionamentos, já se tem como certo que determinada pessoa não é aquela que se desejou para compartilhar algo maior e, assim, decide-se que o melhor é cada qual seguir seu caminho, usando a desculpa usual: melhor cortar o mal pela raiz, antes que ele provoque sofrimento posterior? Não adianta negar: as pessoas hoje têm inúmeros sentimentos de insegurança e o medo de amar, certamente, é um deles. O agravante disso tudo é que, esse medo faz com elas se fechem para a vida, inviabilizando até o estabelecimento de qualquer tipo de relação afetiva. Isso faz com que passem a ter uma vida solitária, tornem-se depressivas e, ao agir assim, não oferecem qualquer probabilidade de abertura a novos relacionamentos. Tornam-se, dessa forma, vitimas potenciais do grande mal que assola este século: a solidão, que traz consigo a depressão, que faz com que as pessoas desistam de viver e optem por morrer lenta e silenciosamente. Uma partilha de um email..

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