quarta-feira, 8 de setembro de 2010

A ARTE DE AMAR


O amor é a preocupação ativa pela vida e crescimento daquilo que amamos. Onde falta essa preocupação ativa não há amor. O amor é uma atividade, e não um afeto passivo; é um “erguimento” e não uma “queda”. De modo mais geral, o caráter ativo do amor pode ser descrito afirmando-se que o amor, antes de tudo, consiste em dar , e não em receber. Que é dar? Embora pareça simples a resposta a esta pergunta, ela em verdade é cheia de ambiguidades e complexidades. O equívoco mais vastamente espalhado é o que entende que dar é “abandonar” alguma coisa, ser privado de algo, sacrificar. A pessoa cujo caráter não se desenvolveu além da etapa da orientação receptiva, explorativa, ou amealhadora, experimenta o ato de dar dessa maneira. Dar é mais alegre do que receber; não por ser uma privação, mas porque, no ato de dar, encontra-se a expressão de minha vitalidade. Na esfera humana, que dá uma pessoa a outra? Dá a si mesma, do que tem de mais precioso, dá de sua vida. Isto não quer dizer sacrificar sua vida por alguém, mas que lhe dá aquilo que em si tem de vivo; dê-lhe a sua alegria, de seu interesse, de sua compreensão, de seu conhecimento, de seu humor, de sua tristeza – de todas as expressões e manifestações daquilo que vive em si. Dando assim de sua vida, enriquece a outra pessoa, valoriza-lhe o sentimento de vitalidade ao valorizar o seu próprio sentimento. Não dá a fim de receber; dar é, em si mesmo, requintada alegria. Mas, ao dar, não pode deixar de levar alguma coisa à vida da outra pessoa, e isso que é levado à vida reflete-se de volta no doador; ao dar verdadeiramente, não pode deixar de receber o que lhe é dado de retorno. Dar implica fazer da outra pessoa também um doador e ambos compartilham da alegria de haver trazido algo à vida. No ato de dar, nasce algo, e ambas as pessoas envolvidas são gratas pela vida que para ambas nasceu. O amor é uma força que produz amor; impotência é a incapacidade de produzir amor. Além do elemento de dar, o caráter ativo do amor torna-se evidente no fato de implicar sempre certos elementos básicos, comuns a todas as formas de amor. São eles: cuidado, responsabilidade, respeito e conhecimento.
Recebi e resolvi partilhar..

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