Muita gente confunde possessividade, insegurança e ciúme com o amor.
Na verdade, esses sentimentos podem assemelhar-se ao amor, mas, em sua essência, negam a nossa profunda vocação na vida.
São como flores de plástico comparadas com a flor verdadeira.
Ambas têm em comum algumas características, mas possuem origens diferentes.
As flores de plástico nascem do petróleo, ao passo que a flor verdadeira nasce do encontro entre a terra e a semente.
A possessividade nasce do medo, ao passo que o amor nasce da própria vida à procura de celebração.
O ciúme nasce da mesquinharia, da vontade de controlar o crescimento do outro, e o amor nasce da generosidade que existe em nós.
Enquanto a insegurança nos transforma em mendigos, sempre pedindo, ou pior, cobrando algo do outro, o amor nos dá energia para doarmos o que somos à pessoa que nos estimula a amar.
*
Certamente cada um de nós, pelo menos uma vez na vida, já refletiu sobre o amor — fonte de luz, de energia vital que movimenta toda a humanidade.
Comecemos, porém, nossa reflexão percebendo o que "não é amor".
Amor não é cobrar por suas ações.
Há uma confusão muito grande entre o amor verdadeiro e um produto similar chamado amor de troca uma conduta usada como moeda para dar direito a cobrar determinados comportamentos dos companheiros. Exemplo típico é a eterna cobrança
"Eu sempre cuidei de você, e agora que preciso não o tenho comigo".
O amor é uma energia que cresce dentro de nós e nos convida a estar com o outro.
Quando nos encontramos em estado de amor, torna-se inevitável agir de forma amorosa.
Portanto, o outro, no fundo, nos faz um favor ao se deixar amar por nós.
O amor não é um convite à infelicidade.
Quando, numa relação, as pessoas se sentem amarguradas, convém refletir cuidadosamente, pois o amor é uma energia que impulsiona para a vida.
Quando estamos amando alguém, sentimo-nos vivos e em sintonia com o Universo.
Amar não é se anular para fazer o outro feliz, O amor não cria o eterno sofrimento de estarmos sempre por baixo no relacionamento.
Amar não é viver assustado, pro curando adivinhar o que o parceiro quer, para obter sua aprovação ou temendo o seu mau humor.
O sentimento do amor nos dignifica e nos dá a verdadeira dimensão do nosso valor; faz-nos sentir que pertencemos à raça humana e que não somos meros complementos um do outro.
O amor exige que o valorizemos em nossa vida!
Quando o amor não se realiza, volta-se contra aquele que o desprezou.
Quando não valorizamos o amor que sentimos, imediatamente experimentamos o vazio.
Vazio de vida, vazio que fica no lugar do amor que não nos perdoa quando não encontramos um jeito de saciar nossa sede de amar.
Surge uma intranqüilidade, como se dentro de nós houvesse uma criança birrenta exigindo a atenção dos pais dos modos mais inconvenientes.
E começamos a ter doenças psicossomáticas, insônia, momentos de irritação, de ansiedade e a sentir uma infinidade de outras manifestações.
Quando o nosso desejo de amar é sufocado, a vida fica confusa e triste, até que paremos e comecemos a refletir: como poderei realizar o amor?
Amar não é ficar parado, como um príncipe mimado, à espera de que o outro, pelo fato de estar sendo amado, se sinta um devedor do nosso sentimento.
O amor nos proporciona uma sensação de gratidão pela vida, o sentimento de termos sido abençoados pela dádiva divina.
E, em retribuição, somos levados a cuidar desse amor.
Amar é fazer uma viagem fantástica com alguém, e nessa viagem, ao mesmo tempo que desfrutamos essa entrega, desvendamos os mistérios que ela nos apresenta a cada momento.
O amor é a força que nos leva a enfrentar todos os nossos medos, criados desde as primeiras experiências dolorosas de aproximação.
Tornamo-nos corajosos e ousados, prontos a desafiar o tédio e o comodismo, a enfrentar o desafio do cotidiano.
O amor nos salva da rotina massacrante.
Proporciona-nos uma condição de aprendizes, concedendo-nos a suprema compreensão de que, quando somos conduzidos pelo amor, sempre realizamos algo significativo.
No amor não estamos nos submetendo ao outro, e sim obedecendo às ordens da sabedoria que existe
dentro de nosso coração.
O amor é um convite para estar com o outro.
Segundo o sociólogo italiano Francesco Alberoni, "é um estado nascente de um movimento a dois; é um querer estar compartilhando alegrias e dores, problemas e soluções com o ser amado".
O amor leva-nos a respeitar a nossa individualidade e a do outro.
De acordo com o líder espiritual indiano Osho: "Viver é como o ciclo respiratório.
Na inspiração entra-se em contato consigo próprio, é o estar só, é o momento em que se carrega o coração de energia, é a maturação do feto, a preparação do botão de rosa.
E na expiração dá-se o encontro, o desabrochar do amor, o renascimento como outro, o ‘ser’ com o outro. A respiração não é possível sem os dois movimentos.
Precisamos da inspiração tanto quanto da expiração".
O amor é a força que nos torna guerreiros.
Para o psicanalista americano Erich Fromm, "amar é comprometer-se sem garantias; entregarse
completamente, com a esperança de que nosso amor produza amor na pessoa amada".
O amor é uma viagem para dentro de nós, em busca de respostas que nos revelem o que está certo conosco, mesmo que o outro esteja sendo desleixado com nosso amor.
Como dizia o escritor Antoine de Saint Exupéry "o amor é o processo em que você me mostra o caminho de
retorno a mim mesmo".
Nas quatro letras da palavra amor esconde-se um significado tão profundo que, às vezes, ao procurarmos conceituar o sentimento, torna-se inevitável que o limitemos.
Temos, porém, que fazer aquilo que dance Lispector dizia: "Todos os dias, quando acordo, vou correndo tirar a poeira da palavra amor".
O amor é mais que o encontro de dois corpos, muito mais que a união física entre duas pessoas.
É a própria consciência da Existência: a crença nas forças divinas, que cuidam de todo o Universo e nos levam um ao outro com a mesma fluidez com que aproximam uma nuvem de uma montanha, que nos proporcionam uma força sobre-humana, que dão energia ao vento, ao mar e à chuva e que nos tornam grandes como pinheiros gigantescos.
No amor seguimos um caminho, realizamos uma história, cujo final só vamos conhecer plenamente quando a completarmos.
A única certeza que temos é a de que o amor é uma condição inerente ao ser humano.
Assim como a flor emana o seu perfume, o homem naturalmente exala o amor.
Isso é tão inevitável quanto é impossível proibir a terra molhada de desprender seu cheiro.
O poeta Angelus Silesius escreveu um poema que nos faz pensar na gratuidade do amor, que é o que melhor o define:
A rosa não tem por quê.
Ela floresce porque floresce.
O mesmo acontece com o amor.
O amor não tem por quê.
Ele floresce porque floresce.
(Roberto Shinyashiki & Eliana Bittencourt Dumêt)
(Do Livro Amar Pode Dar Certo)
"No fundo de cada alma há tesouros escondidos que somente o amor permite descobrir."
(Edouard Rod)
Na verdade, esses sentimentos podem assemelhar-se ao amor, mas, em sua essência, negam a nossa profunda vocação na vida.
São como flores de plástico comparadas com a flor verdadeira.
Ambas têm em comum algumas características, mas possuem origens diferentes.
As flores de plástico nascem do petróleo, ao passo que a flor verdadeira nasce do encontro entre a terra e a semente.
A possessividade nasce do medo, ao passo que o amor nasce da própria vida à procura de celebração.
O ciúme nasce da mesquinharia, da vontade de controlar o crescimento do outro, e o amor nasce da generosidade que existe em nós.
Enquanto a insegurança nos transforma em mendigos, sempre pedindo, ou pior, cobrando algo do outro, o amor nos dá energia para doarmos o que somos à pessoa que nos estimula a amar.
*
Certamente cada um de nós, pelo menos uma vez na vida, já refletiu sobre o amor — fonte de luz, de energia vital que movimenta toda a humanidade.
Comecemos, porém, nossa reflexão percebendo o que "não é amor".
Amor não é cobrar por suas ações.
Há uma confusão muito grande entre o amor verdadeiro e um produto similar chamado amor de troca uma conduta usada como moeda para dar direito a cobrar determinados comportamentos dos companheiros. Exemplo típico é a eterna cobrança
"Eu sempre cuidei de você, e agora que preciso não o tenho comigo".
O amor é uma energia que cresce dentro de nós e nos convida a estar com o outro.
Quando nos encontramos em estado de amor, torna-se inevitável agir de forma amorosa.
Portanto, o outro, no fundo, nos faz um favor ao se deixar amar por nós.
O amor não é um convite à infelicidade.
Quando, numa relação, as pessoas se sentem amarguradas, convém refletir cuidadosamente, pois o amor é uma energia que impulsiona para a vida.
Quando estamos amando alguém, sentimo-nos vivos e em sintonia com o Universo.
Amar não é se anular para fazer o outro feliz, O amor não cria o eterno sofrimento de estarmos sempre por baixo no relacionamento.
Amar não é viver assustado, pro curando adivinhar o que o parceiro quer, para obter sua aprovação ou temendo o seu mau humor.
O sentimento do amor nos dignifica e nos dá a verdadeira dimensão do nosso valor; faz-nos sentir que pertencemos à raça humana e que não somos meros complementos um do outro.
O amor exige que o valorizemos em nossa vida!
Quando o amor não se realiza, volta-se contra aquele que o desprezou.
Quando não valorizamos o amor que sentimos, imediatamente experimentamos o vazio.
Vazio de vida, vazio que fica no lugar do amor que não nos perdoa quando não encontramos um jeito de saciar nossa sede de amar.
Surge uma intranqüilidade, como se dentro de nós houvesse uma criança birrenta exigindo a atenção dos pais dos modos mais inconvenientes.
E começamos a ter doenças psicossomáticas, insônia, momentos de irritação, de ansiedade e a sentir uma infinidade de outras manifestações.
Quando o nosso desejo de amar é sufocado, a vida fica confusa e triste, até que paremos e comecemos a refletir: como poderei realizar o amor?
Amar não é ficar parado, como um príncipe mimado, à espera de que o outro, pelo fato de estar sendo amado, se sinta um devedor do nosso sentimento.
O amor nos proporciona uma sensação de gratidão pela vida, o sentimento de termos sido abençoados pela dádiva divina.
E, em retribuição, somos levados a cuidar desse amor.
Amar é fazer uma viagem fantástica com alguém, e nessa viagem, ao mesmo tempo que desfrutamos essa entrega, desvendamos os mistérios que ela nos apresenta a cada momento.
O amor é a força que nos leva a enfrentar todos os nossos medos, criados desde as primeiras experiências dolorosas de aproximação.
Tornamo-nos corajosos e ousados, prontos a desafiar o tédio e o comodismo, a enfrentar o desafio do cotidiano.
O amor nos salva da rotina massacrante.
Proporciona-nos uma condição de aprendizes, concedendo-nos a suprema compreensão de que, quando somos conduzidos pelo amor, sempre realizamos algo significativo.
No amor não estamos nos submetendo ao outro, e sim obedecendo às ordens da sabedoria que existe
dentro de nosso coração.
O amor é um convite para estar com o outro.
Segundo o sociólogo italiano Francesco Alberoni, "é um estado nascente de um movimento a dois; é um querer estar compartilhando alegrias e dores, problemas e soluções com o ser amado".
O amor leva-nos a respeitar a nossa individualidade e a do outro.
De acordo com o líder espiritual indiano Osho: "Viver é como o ciclo respiratório.
Na inspiração entra-se em contato consigo próprio, é o estar só, é o momento em que se carrega o coração de energia, é a maturação do feto, a preparação do botão de rosa.
E na expiração dá-se o encontro, o desabrochar do amor, o renascimento como outro, o ‘ser’ com o outro. A respiração não é possível sem os dois movimentos.
Precisamos da inspiração tanto quanto da expiração".
O amor é a força que nos torna guerreiros.
Para o psicanalista americano Erich Fromm, "amar é comprometer-se sem garantias; entregarse
completamente, com a esperança de que nosso amor produza amor na pessoa amada".
O amor é uma viagem para dentro de nós, em busca de respostas que nos revelem o que está certo conosco, mesmo que o outro esteja sendo desleixado com nosso amor.
Como dizia o escritor Antoine de Saint Exupéry "o amor é o processo em que você me mostra o caminho de
retorno a mim mesmo".
Nas quatro letras da palavra amor esconde-se um significado tão profundo que, às vezes, ao procurarmos conceituar o sentimento, torna-se inevitável que o limitemos.
Temos, porém, que fazer aquilo que dance Lispector dizia: "Todos os dias, quando acordo, vou correndo tirar a poeira da palavra amor".
O amor é mais que o encontro de dois corpos, muito mais que a união física entre duas pessoas.
É a própria consciência da Existência: a crença nas forças divinas, que cuidam de todo o Universo e nos levam um ao outro com a mesma fluidez com que aproximam uma nuvem de uma montanha, que nos proporcionam uma força sobre-humana, que dão energia ao vento, ao mar e à chuva e que nos tornam grandes como pinheiros gigantescos.
No amor seguimos um caminho, realizamos uma história, cujo final só vamos conhecer plenamente quando a completarmos.
A única certeza que temos é a de que o amor é uma condição inerente ao ser humano.
Assim como a flor emana o seu perfume, o homem naturalmente exala o amor.
Isso é tão inevitável quanto é impossível proibir a terra molhada de desprender seu cheiro.
O poeta Angelus Silesius escreveu um poema que nos faz pensar na gratuidade do amor, que é o que melhor o define:
A rosa não tem por quê.
Ela floresce porque floresce.
O mesmo acontece com o amor.
O amor não tem por quê.
Ele floresce porque floresce.
(Roberto Shinyashiki & Eliana Bittencourt Dumêt)
(Do Livro Amar Pode Dar Certo)
"No fundo de cada alma há tesouros escondidos que somente o amor permite descobrir."
(Edouard Rod)
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