Esta música foi gravada em Abril de 1963 e entrou no álbum “Freewheelin’ Bob Dylan”, que foi lançado em finais de Maio seguinte.
Parece contrariar a linha das suas músicas políticas de até então: para além de ser como outras das suas músicas um grito de protesto, é abertamente zangada, rejeita o perdão e até apela à morte dos seus antagonistas... A melodia, que pode não agradar de imadiato ao ouvido dos recém-chegados ao mundo de Dylan, tanto parece um lamento nos primeiros seis versos de cada estrofe, como um ‘vómito’ de raiva nos dois últimos. Só tomei conhecimento dela talvez por volta de 1966, quando um amigo trouxe um exemplar do álbum de Inglaterra.
Eu, um adolescente, vivia à época em Moçambique e frequentava um círculo de amigos quase todos muito mais velhos do que eu, gente ligada às artes (pintura, escultura, arquitectura, música, teatro, fotografia,... e, de resto, com quem muito aprendi! ) e foi um deles que, de passagem por Londres, o adquiriu.
Foi nesse grupo que tive o prazer de ter convivido algumas vezes com o saudoso Zeca Afonso (que estava na altura com residência fixa em Moçambique, por razões de ordem política – cheguei mesmo a tê-lo como meu professor no Liceu) e o conhecido pintor António Quadros, para não mencionar outros nomes.
Na altura, como agora, havia guerra em vários pontos do globo e nós, Portugueses, tinhamos também a(s) nossa(s). Por isso esta música passou a fazer parte do meu reportório, quando era convidado a tocar e cantar nesses convívios.
Na falta duma versão do Dylan, pode ser vista/ouvida esta, muito bem interpretada por Pearl Jam.
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MASTERS OF WAR
Come you masters of war,
you that build all the guns,
you that build the death planes,
you that build the big bombs,
you that hide behind walls,
you that hide behind desks,
I just want you to know
I can see through your masks.
You that never done nothin’
but build to destroy,
you play with my world
like it’s your little toy,
you put a gun in my hand
and you hide from my eyes
and you turn and run farther
when the fast bullets fly.
Like Judas of old
you lie and deceive,
“A world war can be won”
– you want me to believe.
But I see through your eyes
and I see through your brains,
like I see through the water
that runs out my drain.
You fasten your triggers
for the others to fire,
then you sat back and watch
when the death count gets higher,
you hide in your mansion,
as young people blood,
flows out of their bodies
and is buried in the mud.
You’ve thrown the worst fear
that can ever be hurled,
fear to bring children
into the world,
for threatening my baby
unborn and unnamed,
you ain’t worth the blood
that runs in your veins.
How much do I know
to talk out of turn?
You might say that I’m young,
you might say that I’m unlearned.
But there’s one thing I know
though I’m younger then you:
even Jesus would never
forgive what you do.
Let me ask you a question:
is your money that good
will it buy you forgiveness?
Do you think that it could?
I think you will find
when your death takes its toll:
all the money you made
will never buy back your soul.
And I hope that you die
and your death’ll come soon.
I’ll follow your casket
in the pale afternoon.
And I’ll watch while you’re lowered
down to your deathbed
and I’ll stand over your grave
till I’m sure you’re dead.
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Tradução livre:
Mestres da Guerra
Vós, mestres da guerra,
que fabricais todas as armas,
que fabricais aviões mortíferos,
que fabricais as grandes bombas,
escondidos atrás de muros,
escondidos atrás de secretárias,
quero que saibam
que vos vejo através das vossas máscaras.
Vós que nunca fizestes nada
a não ser construir para destruir,
vós brincais com o meu mundo
como se fosse o vosso brinquedo,
vós dais-me uma arma para as mãos
e desapareceis da minha vista,
dais meia-volta e correis para longe
quando as balas rápidas voam.
Como o Judas no passado
vós mentis e enganais,
“Podemos ganhar uma guerra mundial”
– vós queries convencer-me disso.
Mas eu vejo nos vossos olhos
e vejo no vosso cérebro,
o mesmo que vejo na água
que corre no meu esgoto.
Vós preparais as armas
para os outros usarem,
então sentais-vos ao fundo apreciando
o aumento do número de mortes,
escondeis-vos nas vossas mansões,
enquanto o sangue dos jovens,
escorre dos seus corpos
e se mistura com a lama.
Vós provocastes-nos o medo
mais abominável,
medo de ver as nossas crianças
virem ao mundo,
de ver ameaçado o meu bebé
que está para nascer e ainda nem tem nome,
vós nem sequer valeis o sangue
que corre nas vossas veias.
Mas o que sei eu
para falar sem ser convidado?
Podereis dizer que sou jovem,
podereis dizer que sou ignorante.
Mas pelo menos sei uma coisa
embora seja mais jovem que vós:
nem mesmo Jesus jamais
perdoará as vossas ofensas.
Faço-vos uma pergunta:
o vosso dinheiro é assim tão bom
que comprará o vosso perdão?
Acreditais que sim?
Eu creio que tereis a resposta
quando a vossa morte vier pagar o seu tributo:
nunca com todo o dinheiro que fizestes
podereis voltar a comprar as vossas almas.
E desejo a vossa morte
e que ela venha depressa.
Seguirei os vossos caixões
nessa tarde sombria.
Ver-vos-ei descer
às vossas últimas moradas
e velarei as vossas sepulturas
até ter a certeza que estais mortos.
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Eu entrei e estou amando conhecer mais, e podendo também estar construíndo mais um bocado do meu conhecimento.. grata aos proprietários deste Grupo Melodia. Montana,Ipivoponepe e Twinsoul.
http://pt.netlog.com/groups/melodias
Os sons da melodia possuem um sentido musical.
A sucessão de sons arbitrários não se considera que produz melodia.
Os sons que formam a melodia possuem quase sempre durações diferentes.
Este jogo de durações diferentes é o ritmo.
Os sons de uma melodia não têm todos a mesma música, mas alturas (frequencias) diferentes.
Melodias é um espaço dedicado a todos os estilos de música.
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