quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Dedico a todos que de alguma forma trabalham para que essas crianças tenham seu real espaço na sociedade!!!









Após três dias de discussões e debates durante o Fórum Infantil, evento que precedeu a Sessão Especial sobre a Criança na Assembléia Geral das Nações Unidas, cerca de 400 jovens endossaram a declaração a ser apresentada aos líderes mundiais. Gabriela Azurduy Arrieta, de 13 anos, da Bolívia, e Audrey Cheynut, de 17 anos, de Mônaco, foram escolhidas por seus pares para representá-los. Ao iniciar a Sessão Especial, em 8 de maio de 2002, estas duas jovens delegadas do Fórum postaram-se diante da Assembléia Geral e deram seu recado. Nessa ocasião histórica, crianças dirigiram-se formalmente à Assembléia Geral das Nações Unidas pela primeira vez, em nome das crianças, dando voz à sua visão de um mundo melhor.
Um mundo para nós
Nós somos as crianças do mundo.
Nós somos as vítimas de exploração e abusos.
Nós somos crianças de rua.
Nós somos crianças da guerra.
Nós somos as vítimas e os órfãos do HIV/AIDS.
Nós não recebemos educação de boa qualidade e cuidados de saúde.
Nós somos vítimas de discriminação política, econômica, cultural, religiosa e ambiental.
Nós somos crianças cujas vozes não estão sendo ouvidas: é hora de sermos levados em consideração.
Nós queremos um mundo adequado para as crianças, porque um mundo adequado para nós é um mundo adequado para todos.
Nesse mundo,
Nós vemos respeito pelos direitos da criança:
governos e adultos real e efetivamente comprometidos com o princípio dos direitos da criança e aplicando a Convenção sobre os Direitos da Criança a todas as crianças,
ambientes seguros, tranqüilos e saudáveis para a criança nas famílias, nas comunidades e nos países.
Nós vemos o fim da exploração, do abuso e da violência:
leis que protejam a criança da exploração e do abuso sendo implementadas e respeitadas por todos,
centros e programas que ajudem a reconstruir a vida de crianças maltratadas.
Nós vemos um fim para a guerra:
líderes mundiais resolvendo conflitos por meio do diálogo pacífico, e não pelo uso da força,
crianças refugiadas e crianças vítimas da guerra protegidas de todas as maneiras e tendo as mesmas oportunidades de todas as outras crianças,
desarmamento, eliminação do comércio de armamentos e o fim da utilização de crianças-soldados.
Nós vemos a disponibilidade de cuidados de saúde:
medicamentos e tratamentos que salvam vidas disponíveis e acessíveis a todas as crianças,
parcerias fortes e responsáveis estabelecidas entre todos para oferecer melhores condições de saúde para a criança.
Nós vemos a erradicação do HIV/AIDS:
sistemas educacionais que incluam programas de prevenção do HIV,
testes gratuitos e centros de orientação,
informações sobre HIV/AIDS de graça e disponíveis para o público,
órfãos da AIDS e crianças vivendo com HIV/AIDS recebendo cuidados e desfrutando das mesmas oportunidades de todas as outras crianças.
Nós vemos a proteção do meio ambiente:
conservação e resgate de recursos naturais,
consciência da necessidade de vivermos em ambientes saudáveis e favoráveis ao nosso desenvolvimento,
ambientes acessíveis para crianças com necessidades especiais.
Nós vemos um fim para o círculo vicioso da pobreza:
comitês anti-pobreza que trabalhem com transparência em relação aos gastos e prestem atenção às necessidades de todas as crianças,
perdão de dívidas que impeçam o progresso das crianças.
Nós vemos a oferta de educação:
oportunidades iguais e acesso a educação de qualidade gratuita e compulsória,
ambientes escolares nos quais as crianças sintam prazer em aprender,
educação para a vida que vá além dos estudos, incluindo aulas sobre compreensão, direitos humanos, paz, aceitação e cidadania ativa.
Nós vemos a participação ativa das crianças:
promoção da conscientização e do respeito entre pessoas de todas as idades com relação ao direito de cada criança à participação plena e significativa, dentro do espírito da Convenção sobre os Direitos da Criança,
crianças envolvidas ativamente em todos os níveis nas tomadas de decisão e no planejamento, na implementação, no acompanhamento e na avaliação de todas as questões que afetam seus direitos.
Nós queremos a garantia de uma parceria eqüitativa nesta luta pelos direitos da criança.
E ao prometermos apoiar suas ações em favor da criança, também pedimos seu comprometimento e apoio às nossas ações – porque as crianças do mundo são incompreendidas.
Nós não somos a fonte dos problemas; somos os recursos necessários para resolvê-los.
Nós não somos despesas; somos investimentos.
Nós não somos apenas pessoas jovens; somos pessoas e cidadãos deste mundo.
Até que as outras pessoas aceitem sua responsabilidade com relação a nós, lutaremos por nossos direitos.
Nós temos a determinação, o conhecimento, a sensibilidade e a dedicação.
Nós prometemos que, quando formos adultos, defenderemos os direitos da criança com a mesma paixão que temos agora como crianças.
Nós prometemos tratar-nos uns aos outros com dignidade e respeito.
Nós prometemos ser abertos e sensíveis a nossas diferenças.
Nós somos as crianças do mundo, e, apesar de nossas experiências diferentes, compartilhamos uma realidade comum.
Nós estamos unidos pela nossa luta para tornar o mundo um lugar melhor para todos.
Vocês nos chamam de futuro, mas nós somos também o presente.

Um comentário:

  1. Trabalhei com crianças e sei muito bem o potencial de cada serzinho, quero ainda acreditar que tudo isso, todo osofrimento, que toda essa causa, vale a pena lutar, e voce me faz considerar que ainda temos chances, muito lindo, beijos !!!

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