quarta-feira, 12 de novembro de 2008

O elo da esperança


A vida é algo único e pleno e nada se iguala a ela. É a demonstração máxima da força criadora. Dito assim parece que irei escrever sobre religião, mas não é o caso. Quero abordar um tema muito importante: a esperança de uma vida melhor, a esperança de construirmos um mundo mais igualitário, mais justo, menos violento, onde possamos formar nossas famílias com a tranqüilidade de quem acredita que nossos filhos e netos poderão crescer em um ambiente saudável e feliz.
As crianças são nossa maior esperança de mudar este mundo imperfeito - que a nossa e as gerações anteriores criaram. É a razão para acreditarmos que vale a pena lutarmos contra a apatia e o descaso das pessoas em geral, políticos, empresários, religiosos, trabalhadores, enfim, todos que ficam no discurso vago e não assumem seu papel neste momento importante de transformação.
O desconforto de constatar que fomos muito longe nessa aventura de autodestruição e consumismo não basta para mudar o estado das coisas. Revoltamo-nos quando, na frente da televisão, assistimos os telejornais e presenciamos fome, guerra, violência urbana, corrupção, descaso com a saúde, abandono dos princípios básicos da ética e, principalmente, o desrespeito à vida em geral.
Mas a maior de todas essas violências é destruirmos a nossa última esperança de mudarmos tudo isso: a violência sexual contra a criança, a pedofilia e a mais covarde de todas as violências, a mais vil - o suicídio coletivo do que sobrou de digno e bom em nós.
Quando assistimos a adultos violentarem sexualmente crianças inocentes, que não têm capacidade de autodefesa, seres inocentes desprovidos de malícia, constatamos que essas pessoas desceram na escala mais baixa da racionalidade humana e se transformaram em monstros. A prostituição infantil é a maior vergonha da sociedade moderna.
Uma sociedade que não respeita suas crianças nunca será
sustentável. Se quisermos construir um mundo melhor temos que defendê-las acima de tudo, e não permitir que nossa maior esperança seja destruída por mentes doentes.
Nossa cultura moderna encheu-se de atividades, várias distrações que ocupam nossas vidas e não nos permitem ver que a verdadeira alegria está no olhar inocente e no sorriso maroto de uma criança. Elas são nossa reserva moral e serão os adultos de amanhã, e se queremos reverter esse mundo irracional de hoje temos que prepará-las para corrigir nossos erros.
Todos os governantes deveriam dedicar um percentual importante dos seus recursos para a educação de nossas crianças. Se quisermos crescer como sociedade e conquistar um patamar de civilidade é necessário planejar o futuro dessas crianças para que elas possam mudar esse caos em que vivemos.
Falar de futuro é falar de nossas crianças, e falar das crianças é falar de esperança. As melhores mentes de hoje, as mais preparadas, deveriam estar envolvidas na educação e orientação dessas crianças para que, futuramente, corrijam as distorções desta sociedade desigual e violenta de hoje.
As crianças são o elo mais frágil da corrente que é a nossa sociedade multirracial, onde as diferenças são marcantes, onde os adultos não superam resolver suas diferenças - e, pior, a aprofundarão - onde com o passar dos anos comprometemos fortunas e nada construímos que tenha valido a pena, onde as pessoas se indagam quais são os valores a serem seguidos, onde a sensação dominante é de impunidade e falta de justiça. É nessa sociedade que teremos de preservar e preparar nossas crianças, de todas as raças, para mudar o que nunca deveria ter existido.
Criança, esperança de um mundo melhor.

Nenhum comentário:

Postar um comentário